quarta-feira, 6 de maio de 2009

Traumas, expectativas e pesadelos: não necessariamente nesta mesma ordem

É igreja, é horário da igreja, é convite, é decoração da igreja, é festa, é salão para festa, é decoração da festa, é banda para festa, é buffet, é dama de honra (tem outra palavra para isso que não consigo nem pronunciar de tanta dor de cabeça que já me deu), é vestido de dama de honra, é vestido da noiva, é revista Casar-SE, é noivo querendo casar de sandália, é padrinho, é madrinha, é bem-casado, é frescurinha: é coisa demais para pensar em um casamento só. Haja paciência e eficiência.
Tudo isso tem me pressionado de um jeito, que anda e vira sonho com o dia do casamento. E tenho que admitir, os sonhos não são muitos bons, não. Minha mãe diz que se contar não acontece. Pois bem: eu conto tudinho. O primeiro pesadelo com o casamento foi terrível. Sonhei que dois casais de padrinhos faltaram à cerimônia. E por isso o ritual na igreja levou mais de três horas para se completar. Resultado: quando cheguei à festa, a banda já tinha tocado. Isso existe? Outra coisa, eu, a noiva, fui andando até o salão de festas, porque não tinha carro para me levar.
Na desastrosa festa, tinha meia dúzia de amigos meus pedindo comida (como se estivessem num restaurante), porque a oferecida pelo buffet, eles disseram que estava uma droga. O noivo? Nem apareceu nesse pesadelo. Acho que ele também não foi ao casamento, não. Acordar de um sonho desses é um alívio e tanto, ninguém tem noção disso. Como eu sempre acredito que os sonhos querem me dizer alguma coisa, acordei super pensativa.
Era o dia de confirmar o texto do convite para mandar para impressão. Decidi mostrar o convite para Lu (inha futura sogrinha) e para Marianinha (minha melhor-amiga-cerimonialista) antes de mandar para impressão, mas para mim estava tudo certo. Marianna me fez um alerta sobre o horário. Resolvi checar direitinho na igreja. Estava aí a explicação para o sonho miserável, eu tinha colocado no convite que a cerimônia começaria às 20:30h, quando na verdade, o horário marcado era 19:00h. Pobre da noiva... não ia ter ninguém para vê-la entrar. Graças ao sonho, me livrei dessa.
Mas outro pesadelo já veio me atormentar. Dessa vez, o problema foi com a festa. Cadê os convidados que não chegavam? O noivo e eu ficamos até 1h da manhã esperando o momento da entrada triunfal para iniciar a festa, mas ninguém chegava para ver. Uma decepção. Esse sonho aí eu ainda não descobri o que queria dizer, mas acho que não é nada, não. É só trauma.
Tenho um trauma de festa que vem de infância. Quem me conhece já pode começar a morrer de rir, mas o caso é sério. Acho que foi no meu aniversário de 11 anos, minha tia fez uma puta festa, mas minha mãe não convidou ninguém. Ou seja, fiquei lá sozinha, com meus salgadinhos, doces, bolo e tudo mais, e não tinha um amiguinho para cantar parabéns. Isso não se faz com uma criança. Virei um adulto problemático. Desde então, não consigo fazer festas. A do meu casamento vai ser a “tira traumas”, se Deus quiser. Mas até lá, haja expectativas, pesadelos e traumas – não necessariamente nessa mesma ordem.

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